Lombalgia, fibromialgia, artrite reumatoide e artrose são quatro termos que fazem parte da vivência de milhões de brasileiros. Representam quadros de dor crônica e são alvos de crescente investigação médica. Aqueles que enfrentam essas condições têm à disposição uma ampla gama de tratamentos, desde os tradicionais até abordagens inovadoras, como a Neuromodulação.
O que é dor?
A dor é uma experiência universal na vida das pessoas, desde o nascimento até o fim da jornada. No entanto, definir a dor de maneira precisa é um desafio. A Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) oferece uma compreensão crucial desse conceito. De acordo com a IASP, a dor é “uma experiência sensitiva e emocional desagradável, associada ou semelhante àquela associada a uma lesão tecidual real ou potencial.”
Mulher com dor crônica
A dor desempenha um papel fundamental como mecanismo de proteção do corpo diante de ameaças iminentes. Ela ocorre quando os nervos responsáveis por detectar lesões reais ou potenciais transmitem informações por meio da coluna espinhal até o cérebro. Essa sensação pode afetar qualquer parte do corpo e frequentemente é o principal motivo que leva as pessoas a procurar assistência médica. Hoje, a compreensão da dor continua a evoluir, e abordagens inovadoras estão em constante desenvolvimento para melhorar o alívio e a gestão da dor.
Quais os tipos de dor?
Existem muitos tipos diferentes de dor, classificados de várias maneiras. Abaixo estão descritas alguns tipos mais comuns:
1. Dor Aguda: É uma dor de curta duração que geralmente resulta de lesões, cirurgias ou doenças temporárias. Pode ser intensa, mas tende a diminuir à medida que a causa subjacente se cura.
2. Dor Crônica: A dor crônica é de longa duração, geralmente persistindo por meses ou até anos. Pode ser causada por condições médicas crônicas, como artrite, fibromialgia, enxaquecas,
3. Dor Neuropática: É causada por danos nos nervos e é frequentemente descrita como sensações de queimação, formigamento ou choque elétrico. Pode ser associada a condições como neuropatia diabética.
Neuromodulação na Dor Crônica
A neuromodulação, como o próprio nome sugere, é capaz de ajustar a atividade dos neurônios e suas conexões no sistema nervoso. Essa regulação ocorre por meio de estímulos elétricos, magnéticos ou medicamentosos, e na prática, ela altera a forma como os nervos e o cérebro processam a sensação de dor
Em casos de dor crônica, a neuromodulação se apresenta como uma alternativa valiosa ou um complemento para pacientes que não obtiveram resultados satisfatórios com tratamentos convencionais.
Uma das técnicas de neuromodulação mais utilizadas é a Estimulação Magnética Transcraniana (TMS). Essa técnica envolve a aplicação de um campo magnético na superfície do crânio para ativar neurônios específicos no cérebro. Para aqueles que lidam com dor crônica, a principal vantagem da estimulação é sua capacidade de agir diretamente nas áreas do cérebro relacionadas ao alívio da dor.
A neuromodulação é um tratamento não invasivo, indolor e altamente focado, com benefícios respaldados por inúmeros estudos científicos. Nas Diretrizes baseadas em evidências sobre o uso terapêutico da estimulação magnética transcraniana repetitiva (rTMS): uma atualização (2014-2018), publicada por um grupo de especialistas europeus e comandada pelo o professor Jean Lefaucher concluiu que a evidência de nível A (eficácia definitiva) foi alcançada para: TMS de alta frequência do córtex motor primário contralateral ao lado doloroso para dor neuropática; Evidência de nível B (eficácia provável) foi alcançada para: rTMS do córtex motor primário esquerdo ou CPFDL para melhora da qualidade de vida ou dor, respectivamente, na fibromialgia;
Há inúmeros estudos em andamento em todo o mundo, incluindo o Brasil, que exploram a relação entre dor crônica e neuromodulação, com descobertas importantes sobre o uso dessas técnicas inovadoras. Isso oferece a possibilidade de alívio da dor e uma melhora na qualidade de vida para milhões de pessoas que enfrentam essa condição desafiadora.
Mullher com dor crônica sendo submetida ao tratamento de neuromodulação
Texto escrito por Dra. Francielly F. Santos, fisioterapeuta (CREFITO 159984/F).
Acompanhe nossos próximos posts para mais informações sobre neuromodulação não invasiva. Se tiver dúvidas ou quiser saber mais sobre algum tema, deixe seu comentário abaixo. Estamos aqui para ajudar!
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